Amor
Entre o amor e as saudades escolho sentir...
Olho para o marizonte na esperança que do outro lado, tu sintas o quanto o meu amor te recorda.
Agora só recorda, pois não posso ter-te aqui comigo em cheiro e sabor.
O mesmo céu nos cobre, um mar de ondas interligadas que ondulam simplesmente em lados opostos entre nós.
Desejo que as correntes marítimas levem o que agora baixinho segredo, palavras de amor, porque gritadas essas palavras elas pesavam e afundavam-se para sempre neste mar que nos separa.
Que as gaivotas em vôos razantes, transportem o meu desejo, sem qualquer pudor ou pecado.
Agora sei que existe um lado errado do oceâno!
Sinto saudades do tamanho das nuvens que daqui vejo.
Sinto a tua falta na dimensão dos grãos de areia que aqui com uma mão despejo nesta praia longe de ti.
Por cima de mim insistem os aviões em lembrar-me que não posso voar, voar para ti!
As gaivotas parece que gozam por eu ser coberto de pêlos e não de penas que me podiam fazer voar na tua direcção.
Falta-me tudo menos a vontade de te sentir e só por isso este oceâno nos separa, porque sem água eu atravessava o deserto que existe no fundo do mar na tua direcção.
Podia o vento transformar-me, de forma a que tu me sentisses ao de leve em ti, tal e qual arrepios intensos, ou as correntes marítimas que atravessam oceanos para se irem deitar nas praias desse lado e eu aos teus pés.
Mas nada disto acontece na realidade, continuando o mar na sua rotina do trás e leva, o céu a ser o parque de diversões de gaivotas e aviões.
O vento rodopiando sem tonturas e eu aqui sentado desejando, que do outro lado do oceâno tu sintas o meu amor.
Utilizamos cookies no nosso website para melhorar o desempenho e a sua experiência como utilizador. Clique em “Aceitar”. View more
Aceitar