Sons
Dedilhar palavras acalma a minha tendência de complicar a simplicidade da vida!
A velocidade da vida enche-nos de sons que nos criam ansiedades, stress e que nos mantém acordados mesmo quando devíamos dormir?
E se o mundo não tivesse sons e fôssemos enviados para o silêncio total?
E se o som dos mares, dos ventos, das gaivotas fosse um silêncio natural?
E se o som do crepitar das lareiras, das aberturas das rolhas das garrafas, dos sorrisos cúmplices e dos suspiros fossem um silêncio escaldante?
E se os sons dos grilos, de todos os uivos, dos passos perdidos nas florestas, fosse um silêncio emboscado?
E se o som das músicas, das vozes maravilhosas e dos aplausos fossem um silêncio espectacular?
E se os sons dos corações, das respirações aceleradas, das pulsações descontroladas, fosse um silêncio vibratório?
E se o som dos passos apressados, dos vibrares das moedas a girarem, dos piões a dançarem no chão, fosse um silêncio traquinas?
E se o som dos estalares dos nossos corpos, dos nossos fungares, dos nossos espirros, fosse um silêncio doentio?
E se o som das pipocas, dos assobiares das cafeteiras e comboios, dos estrelares dos ovos, fosse um silêncio saboroso?
E se o som dos pingares, dos chapinhares, das ondas, fosse silêncio molhado?
E se o som de palavras de amor, gemidos de orgasmos, suspiros de desejos, fosse silêncios castrantes?
E se os sons das nossas fantasias escaldantes, dos nossos desejos gemidos fossem silêncios solitários?
E se os sons das teclas das máquinas arcaicas fossem silêncios propositados?
E se todos os silêncios juntos fossem ensurdecedores?
Que nunca nos falte o som, pois sem ele tudo parece ser efémero!
Não deixes de ouvir a vida, as pessoas e o teu coração...
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