Amor Próprio
Escrever sobre o amor implica vesti-lo com as nossas vivências!
Para mim o melhor amor é o próprio!
Sem ele amamos os outros por defeito!
Quem não tem amor próprio, percebe pouco de amor!
Não amamos todos da mesma maneira!
Aliás há pessoas que nunca amaram!
Mas qualquer pessoa pode vir a amar!
Eu nesta vida já amei e fui amado!
Eu nesta vida já desamei e fui desalmado!
Ficar sem alma temporáriamente é a consequência de a partilhar com os outros!
Quando desamamos a nossa alma reconstrói-se!
Porque amar é entrar em vidas e saber sair!
Porque depois do amor há outros tipos de amor!
Mas as pessoas habituaram-se que depois do amor fica o ódio!
Nunca acreditei no amor para sempre, pela simples razão que não sei determinar quando acaba o "para sempre"!
E eu preciso de limites temporais para me comprometer!
As pessoas aprendem que amar é conhecer tão bem a outra pessoa, que a vida não faz sentido sem ela!
Mas isto é treta, pois a vida existe sem as outras pessoas!
Aliás a melhor vida é quando não precisamos das outras pessoas!
Amor não pode ser dependência!
Porque dependência é doença!
E o que não falta por aí são amores doentes!
Os meus amores foram poucos mas marcantes!
E são amores que ocuparão sempre lugar no meu coração!
As pessoas podem já não existir na minha vida e eu amo-as na mesma!
Aliás as pessoas podem já nem ter vida e viverão para sempre presentes no meu amor!
Amor é nosso, muito nosso e não dos outros!
A realidade é que já fui mais amado do que amei!
Mostra o quanto egoísta e gajo eu sou!
Ser amado(a) facilita-nos a vida!
Mas como já amei, sei que o melhor são os amores recíprocos!
Quando damos, sem avaliar se recebemos!
É por isso que o amor consegue deitar-nos abaixo!
Porque muitas vezes quando damos não exigimos receber!
E depois sabemos que amámos e não fomos amados(as)!
Fica a sensação que fomos usados(as)!
Mas não realidade fomos nós que usámos as outras pessoas, para provar que amamos e muito!
Há pessoas que têm de provar a elas próprias que conseguem amar!
E por isso vivem vidas a cuidar de outros!
Muitas delas nunca foram amados nem o são!
Mas aprenderam que se amarem são importantes!
Amamos tanto que esquecemo-nos de exigir amor de volta!
E claro, quando damos conta que não somos amados(as) exigimos amor!
E o amor não pode ser exigido pois ele é parte de um todo!
Quem quer ama, quem não quer mama!
O que não falta por aí são mamões(onas)!
Mas quem pode criticar quem gosta de mamar, se o primeiro acto de amor que conhecemos nesta vida foi-nos ensinado a mamar num par de mamas?!
Amar é muito nosso e muitas vezes as palavras não quantificam o que amamos!
E amor sem palavras é jogo das escondidas!
Adivinha-se, presume-se, recorre-se ao sexto, sétimo e oitavo sentido mas sem nenhuma certeza!
A única certeza que damos no amor é juntar-lhe palavras!
Os tão desejados "Eu amo-te!"!
Existem vidas que só se dão por vividas, quando ouvem estas palavras!
Por isso são as palavras emocionais mais falsificadas da história!
Um bom "Eu amo-te!" faz reféns!
Um bom "Eu amo-te!" despe roupas!!
Um bom "Eu amo-te!" abre pernas!
Um bom "Eu amo-te!" faz fechar muitos olhos!
E de olhos fechados, o amor pode ser qualquer coisa, desde que esteja presente!
O problema é quando abalam e na ausência vimos que fomos atrás de palavras ocas!
Há quem até prescinda do amor desde que haja presença!
Quantas pessoas não fingem amores só porque não podem separar-se?!
O vil dinheiro em forma de dívidas junta mais pessoas do que o amor!
Amor mesmo e do bom, é medido em tempo e dificuldade!
Ao fim de anos e com todas as dificuldades da vida passadas juntos, podemos provar amores!
Agora aqueles amores precoces do tipo "à primeira vista" são apenas peças de puzzle à espera dos encaixes que sofrem de carências diversas e solidões certas!
Amem-se antes de amar, pois ao contrário ficam a detestar-se!
O amor próprio é o único amor onde não podemos mesmo mentir!
Porque quem quer amar a mentir escolhe os outros!
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